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Chuva
Olho a chuva que cai
Impossível não sair deste tempo Os pensamentos viajam Reviram as pedras do outrora Buscando as respostas pra esse momento Cada gota que pela janela escorre Embaçando o que de fora se mostra Somente encontra consonância Com o frio que meu corpo toma E nessa cama me prostra Corpo que frágil se contorce Em dores infindáveis na alma Me roubando a agilidade Me tirando o fôlego Enquanto assisto essa chuva calma É o pouco que me resta Nesta vida que já se apressa Em extinguir o fervor de meu sangue Em meus sonhos transformar Em terríveis pesadelos onde morte me confessa Entre dentes afiados Que me mordem até rasgar A pele agora frágil Num corpo fatigado Por insana febre a queimar Até ontem a esperança Esse débil sentimento Que enlouquece a razão Escurecia minha vista Me causando encantamento Hoje olho pela janela Sinto o frio desse vento Que levanta as cortinas Derruba o que lhe está na frente Nas gotas da chuva nada mais invento Meu corpo não permite Minha alma desiste A esperança que no passado Me trouxera sonhos Morta está e ninguém me havia contado
Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 20/05/2020
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