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Devaneio
És meu sonho
Devaneio de minha alma Entre as longas madrugadas Sob o frio moribundo É sob teu semblante que me decomponho Frígida figura Caminha entre luzes Que aos meus olhos cegam E a meu coração disseca Mesmo sendo a mim o que me cura Ladrão de minha alma Sem nem a mim perceber Rouba o que me cala Traz o grito desse sofrer Que não me devolve a calma És o sorriso que congela Cada parte do meu ser O que me traz felicidade E o que dilacera meu viver És o indefinido amor que me vela És a morte em meu viver Doce abutre dos meus sentimentos Dou-te de bom grado Os milésimos do meu tempo E só te peço um favor Não me mate dos teus pensamentos Me permita um segundo Pequeno espaço, mesmo em segredo, Deste teu inefável tempo Se não me queres acomodar Entre tudo que te preenche Entre o que te é profundo Meu doce amargo carrasco Não tens culpa desse infortúnio Sou de mim a responsável Mesmo sendo inocentada Pelo amor que em mim arrasto Por te manter em meus pensamentos
Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 28/05/2020
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