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Ventos
O vento de outra noite
Bateu em meu rosto Misturou meus pensamentos E num canto misterioso Do meu coração Brandindo o arco da paixão À mim revelou Um sorriso malicioso Que devolveu-me o sonho Com todo ardor O vento de outra noite Tudo derrubou O frio mármore enclausurou O que antes era paz E na brisa matinal rola, E contrista Olha de um pedestal Onde o nome do artista Se esconde entre as sombras Os pensamentos maus Vão e vêm, no medonho Pressentimento de um futuro Ermo e fatal E tu mesmo Ali paralisado Enternece Com a obra que teus ventos Construiu ao destruir Olhando pra você Vejo teu olhar se perder E uma borboleta De ouro e púrpura Vejo a voar Sobre as ruínas Que sobraram desse lugar Por um instante, Breve tempo Ao olhar para você Percebo teus olhos Perdidos num mar E quase posso te alcançar Mas tempo por ser tempo Não se prende no lamento E ao novamente te olhar Já não mais estás Ligado aos teus ventos Nesse mesmo lugar Resta-me a borboleta Resta-me o vôu Resta-me a espera Resta-me o sonho Resta-me a quimera Resta-me outra noite Resta-me o lamento E espero por teus ventos
Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 27/08/2021
Alterado em 04/09/2021 Copyright © 2021. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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