Bucólica simbologia
Dentre todas a mais desejada
Representação da deusa fria
Em meu peito tatuada
Torrente vasão sanguínea
Que quase a mim rasga
Cada veia do meu corpo
Surrupiando cada sopro
Dessa vida que por pouco
Contemplativa se alivia
Na imagem de teu rosto
E num deleite de segundos
Num repente invasivo
Da morte me levanto
Pra no fitar de teu semblante
Ser tomada pela vida
Pela alegria de te ver
Nessa onda sou tomada
Rebatendo contra o dito
Rochas infecundas
Que me dilaceram sem perceber
Que é por você que espero
Em cada dia desse meu viver
Mesmo estando em um mundo paralelo
Me agarro à você
No grito abafado
Te pronuncio o meu sofrer
Esgueiro-me no escuro
Tateando em pedras frias
Na úmida terra vazia
Em busca estéril por te ter
Mas esconde-se no breu frio
Não traz a luz com você
Por vezes desfalecida
Quase já sem vida
Sinto a coberta fria
De cada partícula
Da terra que acena o dia
Em que tudo será só despedida
E num repente
Já num quase indo
Ouço cada nota
Da melodia gloriosa
O meu nome pronunciar
E outra vez
Agarra-me
Prendo-me ao respirar
E teu perfume
Me faz ficar
Numa ligação
Que não se pode explicar