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Ninguém sabe
Ninguém soube
Com exatidão O quanto você doeu Ninguém soube Como ficou o coração Ninguém soube O cansaço Em quantos pedaços Dos dias compridos Da tristeza Que parecia E realmente não ia Mais embora Do tamanho da incerteza Dessa louca tristeza Da angústia Ninguém soube Como é se sentir sozinho Se perder no caminho Dos medos que aconteceram Dos passos pesados no caminho De cada espinho Ninguém soube O quanto compreendeu Outros tantos Que também sofreram E a partir do próprio sofrimento Compreendeu cada lamento Ninguém soube Da coragem Da força que foi capaz, Apesar de tanto, Ainda encontrou paz Ninguém soube Da lindeza de ver O inverno virar flor Transformando Cinza em cor Ninguém soube Das descobertas que fiz Como tudo o que foi vivido Como tudo se transformou Como foi bom sentir Cada sorriso Mesmo que molhado No pranto vertido Abrir as janelas da vida Caminhar mais leve outra vez E dessa vez Na certeza Ninguém soube Do alívio de flagrar No território do coração Flores e mais flores Espalhadas no teu chão Ninguém soube O tamanho da conquista Por atravessar seus desertos, Vencer seus desertos, Transformar seus casulos, Retirar a dor do peito E se trazer até aqui
Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 23/04/2022
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