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Com o tempo
Por vezes me perdi
Por muitas vezes quase enlouqueci Nem sei se sana estou Debati-me em total negação Mesmo tendo ferido o meu coração Neguei-me regressar para solidão Mesmo que nunca tenhas tocado a minha mão Neguei-me por dor Neguei-me por medo Vivi no sonho por tanto tempo Te contei os meus segredos E não encontrei alento No regresso a que me obrigou Foi aos poucos Foi saindo sem se despedir Foi me deixando no caminho Entre espinhos Foi proferindo poucas palavras Em outras você gritava Abrindo meu peito sem faca E quando vi Não estavas mais ali Quantas vezes me afastou Quantas vezes me silenciou E eu insisti Não quis o que estava por vir Mas sabia o que tinhas pra mim E não foram poucas lágrimas Que verteram dos olhos meus O que de nada valeu Já que teus olhos não se encontram com os meus Tais lágrimas apenas acalmaram Uma alma que se dissecava A cada vez que me recusavas Ou de alguma forma me afastavas Fui sobrando nos braços frios Renegada ao lugar em que nada Me aquecia ou alegrava Fui emudecendo A coragem perdendo E como era desejo teu Tudo meu recolhendo Depois de certo tempo De vez era eu Uma sombra Um espectro que tímido Espiava você sem dizer nada Espiava só pra ver Como estava você E em seguida retornava Silenciosa Machucada Para as sombras onde as almas Tristes e magoadas Se escondem Se encolhem Você se lembra das migalhas? Eu reclamava Te dizia que não eram nada Te dizia que te precisava mais Hoje nem migalhas Nem queixar-me posso mais Só silêncio Frio E silêncio de um amor Que em mim não acabou Porém, no campo da vida Murchou Foi sumindo Consumindo Construindo minha dor
Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 01/02/2023
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