![]()
Assim é ela
Ao abrir os olhos
Não recebeu o colo No frio foi lançada E na inocência seguiu inpertigada Sentou-se na calçada E todo tempo abandonada Da vida não recebeu nada Aprendeu a achar palavras Todas as colocava No papel silenciadas E assim se fez feita de poesia Poesia que ninguém via Pois a ninguém confiava Eram palavras bem guardadas A menina moça se fez Hora de mudar outra vez Lugar sombrio De sentimento vazio Sozinha mais uma vez Foram muitas as batalhas Muitas as mortalhas Mas continuava As palavras ajeitava No papel as guardava Sonhou com outra vida Quis ser a preferida Mais poesia desenhou Mas ele não compreendia Lia, ouvia mas não entendia Ela tentou, outras palavras arrumou Mas a tradução falhou Em meio ao tormento Ela o amou Mas estando contra ao vento Ele nunca a alcançou Então ela tornou-se silêncio E no silêncio ela achou Que assim o teria E na gaveta se acomodou E enquanto ela o amava Por vezes se desesperava Ele apenas a ignorava E a poesia gritava Ela gritava Mas nada adiantava Ele não compreendia Nem mesmo mais lia E nesse dia Ela sentiu doer E continuou a escrever Escolhendo cada palavra A dor ela externava E assim aliviava Dividia com o mundo Mesmo que por segundos Aquilo que a matava Era assim que sua alma libertava Dava à ela asas E ela voava Ainda hoje não foi amada Não foi a escolhida A preferida pra uma vida Seu mundo ainda é vazio Sua mão não recebeu Outra mão pra segurar E ela sabe o que não é seu Sabe que irá ficar Encontrando palavras As perpetuando no registrar Ela ainda é poesia E só sabe amar
Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 04/03/2023
Alterado em 04/03/2023 Copyright © 2023. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
|