![]()
Agonia
No esvair desse tempo
Tempo que nem vivi Estive viva Mas fingi Fingi que erámos Sem que olhasse pra mim E nos sonhos Fui deitando no meu fim Espasmos de esperança Deixei nascer por fim Em esparsos tempos fecundos Vi caí meu mundo A bem-aventurança não vi chegar Chegou-me o partir O não ficar Me rearranjei na estação deserta Faltou-me flores A água era incerta Mas enfim eu descobri Que o deserto mais espantoso No entanto está em mim Em minha cabeça estéril de ilusões Onde a esperança padeceu Sedenta e esfomeada Sem amor e sem paixões Viu as folhas arrancadas Encontrou-se com o nada Nesse árido viver Agoniou Levada pelo morrer Mas não foi assim do nada Dia a dia Foi um padecer A morte do que amava Pouco a pouco a levava Talvez assim pense: Coitada! Teve a morte Mas não o viver E usando essas palavras Respondo sem temer: Há muitas formas de morrer Uns morrem nas calçadas Outros sem conhecer Um abraço verdadeiro E morrem por perecer A morte é simplesmente Quando parte da gente Olha na face Do sonho e por disfarce Diante do não o ter Sorri enquanto se desfaz Impregnado da dor Do fim do amor
Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 04/03/2023
Alterado em 04/03/2023 Copyright © 2023. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
|