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Afoito tempo
Pela fresta noto o invólucro do tempo
Sempre afoito, determinado e implacável Minha mente registra o seu abandono Turbilhões de fagulhas espocam no ar Memórias trazidas para lembrar Voos indecisos nas labaredas da vida Contemplo o silêncio por entre arvoredo, espinhos e flores O tatear verdejante de sabores longínquos Outros nem experimentados Apenas na mente quase insana, sonhados Desejos vorazes compõem a alvorada Coração pequenino na longevidade dos dias Minúsculo ser em órbita crescente Passos intermináveis na feitura do existir Notas sutis em auroras incandescentes Fugazes assombros e retornos infindos Memória pendente no passeio ilusório Viagem soturna, mortífera espiral Pensamentos transeuntes traduzem a paisagem Dentro do caracol tênue miragem O doce vagar de sombras Efêmero viés sustenta a existência Sobre a mísera condição humana, o relógio Sistentáculo de emoções, piscar de olhos Um aceno, uma dor, um taciturno sorriso Vozes ecoam ao longe, infinito Meu coração despedaçado Grita em batidas descompassadas Enquanto os olhos se afogam De um em um segundo Inundados de lembranças Afogados na desesperança E nesse teatro colossal Já nem meu corpo sinto Seus movimentos assíncrono Se desfazem como fumaça Sumindo com o vento Em fração de um momento E voltando para fresta Onde fito esse tempo O vejo esvaindo enquanto eu Prisioneira dessa existência Sucumbo no breu nessa sentença
Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 01/04/2023
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