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Só
Aprendi a ser só Não digo que me apaixonei pela minha solitude Apenas aprendi a ser só Aprendi que me machuco Sempre que no outro Espero encontrar A companhia que apenas eu Espero contemplar Aprendi que me machuco Sempre que do outro Espero receber A atenção que somente eu Percebo precisar Aprendi que o que dou Nem sempre volta Por não ser nem percebido Percebi que sempre há lágrimas Quando deixo nascer ilusão Percebi que tendo os pés no chão Evito um pouco a desilusão Aprendi a antever os momentos E vestir a ocasião Não porque não sinto Mas ao outro não dou permissão Pra que meus olhos fite E neles veja a dor do não Antes que isso Dou a falsa impressão De que nada me afeta Mantendo-me ereta Diante o coração com uma flecha Que o atravessa Fazendo-o quase parar E ao peito sangrar Mas aprendi fingir Dar o sorriso mais aberto Pra que apenas fique perto O tempo da despedida Sem que a lágrima ganhe vida E grite, em agonia Que minha tristeza é de dor Mas aprendi a ser só Porque só sempre fui E no tempo que flui Menti dizendo não ser só Aprendi a ser só Pra que só te deixe ir Aos lugares que desejam a ti E te movem a sorrir Aprendi a ser só Soltei tuas mãos Prendi em meu peito o coração Pra que você sorrisse então Aprendi a ser só Guardei-me no silêncio De quem em um incêndio Vê a alma flamejar Só não sei Se este só Que me tem por tempo infinito Percebe o meu grito Não aprendi a ser só Só é o que sou Só vivo Choro minha dor Só estou Minto por não haver sabor Na companhia cheia de desamor E por isso é só E só estou
Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 14/04/2023
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