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Caminho sem rumo
Caminhante sigo
Solitária figura Que o tempo desfigura Cada passo, um peso De todos os medos Que a mim configura Ontem fui segredo Hoje sou desnuda Não é agora cedo Nem nada anula Sou mera criatura Cuja caricatura Permanece e não se cura Caminhante dessa estrada Em que me encontro com o nada Enlouquecida de vazios Coração dormente Dor que fere o corpo e a mente Embriagada de saudades Que nunca deixaram de ser vontade No peito um amor imenso Sem fronteira ou tempo Putefrando no abandono Por um erro insano Não trago esperança Apenas as lembranças Do que antes foi dito E agora omitido De menina na calçada Querendo ser lembrada À mulher indesejada De quem só se guardou mágoa Então não me resta nada Além dessa estrada Por onde sigo calada Deixando escapar ao vento Junto ao meu silêncio Gemidos por esse tempo Onde vivo em tormento Destoante do teu pensar Esse é meu caminhar Não há rumo Não há lugar São passos desconexos Onde tudo me é incerto
Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 02/07/2023
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