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Um brinde
Hoje quero brindar
Brindar ao que sou Brindar aos meus defeitos E até ao que dizem que sou Levanto um brinde a vida de abandono A ser um cão sem dono Um brinde quero fazer Aos fracassos que vivi Aos tantos nãos que obtive Quero brindar a tudo que me mata Ao que minha essência assalta À minha alma ferida Que nunca achou abrigo Ergo um brinde às portas fechadas Aos meus muitos nadas Brindo ao que anda estranho Aos tumultos da minha vida Às tristezas que se confundem Com as saudades que me iludem Ao sono desaparecido Ao cansaço constituído À angústia quase habitual Ao tédio normal Tenho morrido muitas vezes E à isso também brindo Depois de cada morte Brindo ao respirar Lavando o rosto Para continuar Brindo a coragem de morrer Brindo a força do renascer Brindo ao fingimento em ser sol Quando o que cega é a lua Brindo ao infinito mar Que disfarça meu chorar Brindo a covardia De tudo que me mata Nas palavras vazias Brindo a todos Que me mataram pra valer Mas aviso dessa vez Não me deixem renascer
Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 07/07/2023
Alterado em 07/07/2023 Copyright © 2023. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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