Entre músicas
E livros
Entre sonhos escondidos
As melodias distraem
O que a mente corroi
As histórias transformam
O que agora é real
Pra que a insanidade
Não seja total
Ou talvez o fosse bom
Pra fugir desse mal
O meu corpo não é meu
Sinto a fragilidade
Parece o final
Delírio de uma febre
Que a pele queima
O corpo estremece
A força desaparece
Nem meus olhos me obedecem
Fecham ao menor sinal
De um sono infinito
Que só a dor é igual
Luto contra mim
Uma luta desigual
Minha mente me engana
Cria o que não é visual
E nessa alucinação
Me sinto especial
Me contorno entre as agulhas
Desperto ao som da voz
De quem não sei quem é
Enquanto me oferece
Um morno café
Olho a minha volta
Não há nenhum vestígio
Ainda me sinto morta
Se não fosse a voz que insiste
Os meus olhos fecharia
Mas estarem abertos
Livros e melodias
Serão minhas companhias