Contemplativa perco-me pensando
No silêncio que ficou
Eram tantos planos
Que juntos cometemos o engano
De os  deixar só no papel
E somente nas palavras
Ditas sem mais nada
Pouco a pouco foram deixadas
E um do outro esperava
A ação que planejada
Fosse enfim executada
Por fim, tu não me vias
Eu te dizia
Mas você já não entendia
Gritava outra dor
Que eu não compreendia
Nos dois doía
E nenhum via
Hoje aqui sentada
Olhando para o infinito
Na garganta um grito
Que não diminuirá a dor
De você não sei mais nada
Nem se já tem outro amor
Eu sigo estagnada
Revirando minha dor
Arrependida das palavras
Que ficaram guardadas
Esperando pra falá-las
Enquanto a vida caminhava
E você levava
Também sentindo dor
Ainda tenho guardada
Cada uma das palavras
Que te disse do meu amor
E dói querer-te
Dói sentir esse amor
Dói sentir-te
Sem sentir o teu calor
As noites são longas e frias
A mente não desiste
Sonha com o dia
Em que não haverá dor
Sonhos antigos desfeitos
Refeitos noutro sonho desse amor
Lágrimas insistem
Mas até porque existem
Aquecem esse amor
Mas também meus pensamentos
Me traem por alguns momentos
E descreio que esse sonho
Persista nos teus planos
E creio ser meu engano
Manter esse sonho
Que há tanto tempo passou
Amor meu
Amor que sempre em mim viverá
Amor que nunca me pertenceu
Mas é meu por eu te amar
Pois é como uma canção
Que toca no fundo do coração
São notas de uma paixão
Que tocadas por minhas mãos
Numa harmoniosa melodia
Eterna se fez morar