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Âmago
A quem se dispuser
Olhar-me atentamente Verá o quanto é tênue Essa figura moribunda Cuja face descorada Revela um ser sorumbático Cuja vida não poupou acrimónia Fazendo desde seu preâmbulo Meu corpo tiritar Por venéficos encontros Implícito nas palavras No desdém em me tratar Tudo sempre deletério Um caminho lúgubre Iluminado na quimera Do amor encontrar Foi por um tempo Meu refrigério Onde pude sonhar Mas com tantas cicatrizes Foi difícil acreditar Que não era a vida Novamente a me achincalhar E por isso eu fugi Tentando não me ferir Era para mim inane Não via como crer Até porque haviam Engodo nesse nascer Mil fantasmas perambulavam Suas vozes venéficas Não me permitiam ver Era tudo insalubre Tudo afastava você Afundei nas palavras Enlouqueci sem perceber Que hodiorno se fazia pra viver Busquei por um homizio Tentando te manter No amor que eu sentia Nas palavras que te repetia Em cuidados que achava ter Mas no pêndulo do tempo Via o fenecimento Morria um pouco mais o meu ser As lágrimas escorriam Você delas sabia Mas já não importava ser Tornou-se tibio Quando antes era loquaz E se te dizia Pérfido se fazia E outras lágrimas vinham O arroubo adormecido Pareceu dizer que o sentimento Veio extemporâneo Ou que não existia mais E quando o que era Implícito Emergiu à superfície Mesmo com infinitas desculpas De coração ditas Perdoar não foi capaz Disse em muitas palavras Vilipendiosas e venéficas Desfilando sobre meu corpo Meus erros e erros que nem cheguei a errar Tentar explicar Era razão pra outras lanças jogar Percebi que era o pináculo Fenecimento do sonho Mas não a morte do amor Que por mais estranho Resistiu a toda dor A quem se dispuser Olhar-me atentamente Verá o quanto é tênue Essa figura moribunda Que nesse tempo Não procura teu sentimento Pois entendeu que acabou E segue como a flor Que somente sob a lua Se revela às escuras E no sugir das primeiras luzes Fecha-se pra não morrer
Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 24/07/2023
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