Ainda sonho
O mesmo sonho
Onde sempre estou
Sob a sombra de uma árvore
Sentada e olhando
Tudo a minha volta
As luzes que pelas folhas passam
O movimento dos pequeninos
Seres que nessa árvore ficam
Nada está sozinho
Tudo se conecta
Olhando mais distante
Pessoas caminhantes
Pelo verde chão de grama
Sorriem e conversam
Nada me incomoda
Só a solidão me aperta
E quando abro os olhos
Ela novamente se revela
Vai embora o sono
Acordada sigo pensando
E as horas vão passando
Quando dou por mim
O dia está clareando
E o sentimento grita
Tentando outra tentativa
Alcançar o que já nem liga
Pois jaz morto noutro lugar
Para aliviar a fadiga
Sob a água abandono meu corpo
Deixando nela se misturar
As lágrimas de tantos abandonos
Até que esvaziada
Possa me levantar
E enfrentar outra jornada
Sem nada esperar
Apenas por outra noite
E quem sabe o sono
Dessa vez se deixe ficar
E nos teus braços
Eu possa descansar
Sem lágrimas ou pesar