Sempre gostei de observar
As águas do mar
As ondas se formando
Nas areias se desfazendo
Ao fundo voltando
Em um suave movimento
E com elas levando
O que conseguem carregar
Outras vezes se arrebentando
Contra as pedras que encontram
E de novo retornando
Levando com elas
Pequenos fragmentos
Dessas pedras para o fundo
E tudo reiniciando
Nesse movimento contínuo
Onde cada encontro
Faz algo mudar
Olhando mais distante
Uma calma azul se vê
Em pequenos movimentos
Causados pelos ventos
Que se encontram com o mar
Entrando em suas águas
Águas salgadas
Sinto estar sendo abraçada
Em alguma coisa conectada
E a leveza entra na alma
Que assim fica serena
E mergulha nessas águas
Águas salgadas
Que ajudam a aliviar
As dores de uma vida
Vida sofrida
Mas que finjo ser florida
Para ninguém incomodar
Por isso essas águas
Me fazem não pensar
Distraem meus pensamentos
Enganam meus sentimentos
Enquanto nelas posso ficar
Águas que se confundem
Com o azul do céu
Pois se misturam
No horizonte longínquo
Entre céu e mar
Causando mais encanto
Mais distração para o pranto
Que de tão cansada
Só quero estar
Sem mais nada
Apenas eu e o mar