Por vezes, eu suponho
Olhando o crepúsculo
As nuances que traduzem
Os sonhos de um viver
E no jeito de olhar
Nasce uma dúbia certeza
De quem sente tudo
Mas no vazio permaneceria
Não é doce a realidade
Só os sonhos o podem ser
Ou quando confundo a realidade
E teu vulto afirmo ver
Mas é pura saudade
Que nas sombras se desfazem
Me trazendo de volta a mesma realidade
Mas pra dizer a verdade
É até bom sentir saudade
Pois assim fica em mim
Um pouquinho de você
Por outras ouço o teu riso
Como quem ouve um canto
Meus ouvidos se enebriam
Viajam nessa magia
E algo me desperta
Descubro que foi um sonho
A nota que guardo
Da voz que tanto amo
Cria uma áurea
Tornando tudo um encanto
É de beleza tão séria
Que esquecer não consigo
Sempre essas notas
Tocam meus ouvidos
E entre realidade e sonhos
Lembranças e saudades
Vou perdendo a vida
Vou perdendo a sanidade
Mas talvez, eu suponho,
Amar possa até ser mais
Pode ser para uns os risos
Pode até ser paz
Pode ser encontros
Ou até muito mais
Esse é o amor que eu conheço
Único que eu tenho
Não és meu
Nem será
Eu sei e não me iludo
É amor puro
Sem espera
Sem nada mais
E se disser
Que amor não machuca
Nego tuas palavras
Pois amor que é entrega
De maneira inteira e sincera
Nunca escapará
De uma pedra ou espinho
Que o machucará
A diferença que existe
É que por ser amor real
A dor não o mata
Lapida e traz seu brilho
Tornando-o sempre mais
Amor que se quebra
No primeiro tempo
Não é amor
É confusão de sentimento