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Noites e noites
Enquanto o corpo arde em febre
Com dores cortantes O leito é castigo Não permite o descanso Cada segundo uma dor Outra vez o corpo se revira Pra logo em seguida Gemer de dor A noite passa lenta Apreciando a agonia Entre delírios e dores Surge o amanhecer do dia As forças se esvaíram Em cada segundo dessa noite E para erguer o corpo Que precisa mexer-se Junto as últimas forças Me segurando nas coisas E tirá-lo do leito Mesmo tendo no peito Nenhuma vontade de fazer Sigo então sozinha Na mesma febre que alucina Para que sob a água Consiga fazer descer E depois possa ter força Para fazê-lo comer Mas dói-me cada parte E já nem sou capaz Nem vontade tenho mais Então volto para cama Onde o cansaço vence E depois de tantas noites O meu corpo se permite Fechar os olhos Ficar imóvel Se entregar ao adormecer Não que a febre Ou as dores Já não sinta mais Mas depois de tudo Já não aguenta mais
Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 23/08/2023
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