Gabriela S. Verdan

O amor me move. O amor me faz. Sou parte do amor e nem conheço o amor.

Textos

Rio sem chuva
Não quero repetir
O que na última conversa
Disse e saí
Não quero insistir
No que já tatuou até no tempo
O sentimento que sempre senti
Não quero irritá-lo
Como por vezes me disse
Por falar o que senti
Hoje aprecio esse silêncio
Onde me guardo completamente
Do que me poderia ferir
Se hoje me perguntasse
Como eu imaginaria
Uma possibilidade remota
De podermos ser
Dois tornando-se um
Não saberia te dizer
Já passou tanto tempo
Já não conheço mais você
A imagem que eu tinha
Pouco a pouco vi morrer
Sei que amo
Um homem que há tempos
Mostrou-me que poderia ser
Pra sempre na minha vida
Mas hoje não posso dizer
Que ainda existe
Ou se antes existiu
Por carente eu ser
A vida prosseguiu
Eu por muito tempo
Esperei pela procura
Acreditando o amor poder
Trazer quem havia ido
Mostrando não ter desistido
Mas desse tempo preceder
A realização de cada promessa
O que não aconteceu
O tempo  entardecido
Trouxe dores antigas
Me tornei  de novo um ser
Descrente pela vida
Alma endurecida
Por tantas vezes só ser
E eu o esperei
Como um rio aguarda a chuva
Para leito de águas encher
Transbordar, fazer fecundas
As terras que iria  banhar
Mas a chuva não veio
As palavras fui perdendo
Na espera as feridas foram abertas
E cada dia que passava
Ia desacreditando
Daquilo que não conheci
E mesmo sentimento em mim
Já não mais dizia o nome
Não por não sentir
Mas por ver outros rirem
E você apenas se afastando

Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 28/08/2023
Alterado em 28/08/2023
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários

Tela de Claude Monet
Site do Escritor criado por Recanto das Letras