Não sei
Nunca fui inteira
A completude foi-me negada Fui errante caminheira Sem direção indicada No que o coração dizia Era o caminho que seguia Isso me fazia Vulnerável a quem queria Ver-me sem enxergar-me Deixar-me menos que metade A descrença fez-se pele E do pouco que restou Meu coração se fechou Andei em desertos Por areia encoberta Não deixando rastros Nem seguindo passos Solitária em meio a vida Num sorriso que camuflava feridas E quando nem sonhos tinha O oásis fez-se ver Nos teus verdes olhos No resplandecer Do sol na tua face Na melodia que se compunha Em cada palavra que dizia Assim o coração já quase morto Bateu forte como nunca Mas não acreditou Que o teu por ele bateria Se escondeu Não revelou Hoje procuro-te Não te encontro Meu encontro contigo Só de uma forma consigo Quando deixo livre Todos os meus sentimentos E registro cada um Na poesia que componho Cada verso que escrevo Derramo o meu pranto Abro o meu peito Deixo os meus medos Procuro-te nos sonhos Que nem mais os tenho As noites ou são breu Ou isentas de todo sono Então vivo no imaginário Feita louca dando vida Para uma relação falecida Mas não sei como me liberar De um amor que não mingua Cresce na infinita solidão Fazendo doer o coração Vivo a procurar-te Sem nunca te encontrar Já me cansei Até tentei te arrancar É tanta espera E você nem disse pra te esperar E eu já nem sei No que acreditar Se outra vez deixo Meu coração me guiar Ou se o arranco E o tranco em algum lugar Não sei se continuo a te esperar Procuro-te Todos os dias Mesmo sem palavras Mesmo num lugar vazio Procuro pelo amor que sinto Incerta de mim algo sentir Insisto por palpitar o coração Insisto por te imaginar E meu corpo fadigado Só se acalma por em ti pensar Tenta adormecer Sente o coração bater E a dor junto trazer Recorda e estremece Aos poucos adoece Nesta procura que não fenece E em vez de morrer Continua a crescer Esperando por você
Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 29/08/2023
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