Gabriela S. Verdan

O amor me move. O amor me faz. Sou parte do amor e nem conheço o amor.

Textos

Tempo de cura
Se por muitas vezes me olho e não me encontro
Como pude eu pensar que você conseguiria
Olhar e enxergar para muito além
Do que eu mesma não via
Eu mesma de mim escondia
Antigas feridas
Há tanto tempo feitas
Por pessoas que nunca nem sequer de mim se lembram
Tentei a hemorragia de cada uma estancar
E tudo que consegui foi seguir fingindo
Que eu não mais as estava sentindo
Fingi para o mundo
Fingi para você
Mas fingi por muito mais tempo
A mim mesma por não as querer ter
Fingindo segui achando que acharia um caminho
Onde minha estrada fosse mais florida
Mas foi puro engano
Não se segue a diante sem curar o se esconde
E antes que eu percebesse tudo que eu escondia
Me trouxe de volta ao que em mim doía
Vivi por um tempo um sonho em névoa envolvido
Sonho em que eu tinha um amor que eterno seria
Era tão lindo o sonho que quis que as feridas
Não tirassem a beleza das cenas daquele sonho
Mas ao dissipar da névoa
Tornou o sonho algo sombrio
Fazendo com que que não houvessem flores
Nem palavras de amor
Que no lugar do sonho, outras feridas
E foi nesse momento que percebi
Não poder viver num sonho
Sonhos são irreais
Foi tudo um engano
Tentando fugir de mim, outra vez me perdi
Mas dizem ser nesse tempo de se encontrar perdido
O tempo de mais perto estar de se encontrar
Quero crer ser essa uma verdade
Pois estou muito cansada de seguir perdida
Caminhante solitária nessas vindas e idas
Sempre acordada, sem sonhos
Sempre no meio dos restos
Do que não possui mais vida
Em uma saudade sombria
Em um amor de desengano
Espero o fim do que achei ser um sonho
Para poder seguir curada
Pode até ser sozinha em uma nova estrada
Mas sem esconder nem de mim, nem de ninguém
Absolutamente mais nada
Nesse novo tempo não procuro por ninguém
O único encontro que desejo é comigo
Completamente curada
Para não mais precisar de sonhos
Nem viver outros desenganos
Por isso, nesse novo momento
Preciso dizer que me arrependo
De cada ferida que ocultei
De por as tê-las vivas
Ter deixado o medo ocupar
Toda minha razão
Fazendo mais feridas
Nesse pobre coração
Mas é fato que não pensei
Nunca nem imaginei
Que minha insegurança
Nascida ainda quando eu era criança
Pudesse mais feridas fazer
Mas fizeram, não irei esquecer
Por isso nesse tempo é tempo de curar
Cicatrizar e continuar
Assim como você



Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 10/09/2023
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