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Gélido partir
Na face quente um gélido frio
De um vento que vem do norte Não como presságio de sorte Mas sinônimo do meu delírio. Meu corpo não se mexe mais O coração bate descompassado Sinto esfriar nas veias o sangue E para mim já é tanto faz. Sinto vir o descanso eterno, meu doce abrigo Minha alma triste e despedaçada Quer o repouso, e o sono amigo Já vem cerrar-me as pálpebras cansadas. Das amarguras dessa terra eu me desligo Para sempre desato os nós … não sou amada Ninguém soluça por mim, mas mesmo assim bendigo, Todas as almas por minha alma abençoada. Sei não ter sentimentos por mim E quando eu me for, anjos da guarda, Quando vier a morte que não tarda Roubar-me a vida para nunca mais, lágrimas não terá por mim. Não haverá pranto, não registraram sobre a minha lousa: “Longe da mágoa, enfim, no céu repousa Quem sofreu muito e quem amou demais E nessa terra nunca teve paz” Até em um túmulo abandonada Como abandonada nessa vida Por isso desejo o ar e poeira virar Para nesse fim não ser um túmulo de uma alma despedaçada.
Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 15/09/2023
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