Quando pequena tinha muitos sonhos
Sonhava com um abraço
Da mãe que eu desconhecia
Pensava que ia ela vir me ver
E para mim sorriria
Depois esse sonho adormeceu
Pois agora bem sabia eu
Que ela nunca viria me ver
Outros sonhos passei a ter
Sonhos que não contavam com ninguém
Mas menina, carente , como não sonhar em ter
Um alguém que trouxesse amor
É um para sempre querer viver
E assim fui descobrindo
Que nem tudo era pra mim
Um abraço demorado, que restauraria
E sorrisos devolveria
Sentimos quando é verdadeiro não morre,
Porque  o amor se entrega, olha-te, entende-te, protege-te.
O amor vive num tempo que sabe ficar,
Com respeito e muito carinho
Mas por vezes pode errar
É o sentimento que em silêncio
Das letras que salpicam as palavras,
As vírgulas, reticências e entrelinhas
Em cada uma bem marcada
O amor não tem voz, mas caminha,
Passo a passo, gota a gota, numa chuva miudinha
Um pergunta, o outro responde,
Numa viagem em terra firme que acredita
Ser o lar para toda vida
Entrega-se o tesouro a quem despe a alma do corpo
O amor é o espelho que não é teu,
É o reflexo de outro
É o perfeito local
Quando a chama acende a vela,
Unem-se os sonhos, e as mãos unidas
Não se perdem, recuperam o fôlego,
Ganham força e caminham
E mesmo quando é deixado sozinho
A escolha antes feita
Não pode ser desfeita
Segue ele, inteirinho
Sem perder nenhum pedacinho
Amor que é amor
Segue mesmo na saudade