Depois de tanto esperar
Por qualquer coisa
Que em mim pudesse
O coração abrandar
Percebi que de mim
Ninguém estava a se lembrar
Vi que era eu quem secava o meu chorar
Os braços que me amparavam
Eram os meus que se punham a me abraçar
As palavras de cuidado
Saiam da minha boca para me acalmar
E de repente eu tinha que para o mundo mostrar
Que eu estava bem mesmo que tivesse que camuflar
As feridas que já se putrefaziam por não sarar
Mas quem se importava se a dor eu suportava
E depois desse tempo me vi desesperançar
Já não sonhava nem conseguia acreditar
Tudo que eu sabia era que não devia sonhar
Talvez alguém possa nesse ponto perguntar
Sendo eu descrente de um amor vivenciar
Como poderia continuar a amar
Alguém que não me ama e longe deseja ficar
E eu responderia sem pestanejar
Amor é sentimento que nasce sem consentimento
E segue sem precisar
De receber fermento para prosperar
Mesmo contra a vontade continua a amar
Rompe todas as regras sem se importar
Se que sente se fere nesse seu teimar
Por isso agora digo, sem medo de errar
Não tenho razão mas continuo a te amar
Apenas amo sabendo que nunca comigo estará
Que os teus sentimentos não são para me dar
Mas já aceitei e sigo sem contestar
Ao menos um vez eu pude amar