![]()
Nada muda
Não importa onde estou
O meu leito é eternamente frio As noites me açoitam Dormir é impossível São outras paisagens Que vejo pela janela Mas a solidão que invade Não vê beleza nelas O coração só bate Por ser organicamente assim feito Mas bate sem vontade de bater A dor que sente Traz o desejo inocente De nada mais querer viver O olhar permanece distante Desligado do lugar As lágrimas insistentes O impedem de enxergar A boca sempre selada Sem ter com quem falar Palavras e mais palavras Guardadas sem as pronunciar Tudo dentro do peito Vai se acumulando Quase já não existe Espaço ou um canto Para tanta dor guardar Me tornei reclusa Do mundo me afastei Nada nele achei Só dor e abandono Desde o primeiro instante Que ao mundo cheguei Por vezes eu me sinto Um espectro perdido Que não compreendeu Ou apenas não aceitou Que seu tempo acabou Pois me sinto invisível O que sinto imperceptível Tanto faz se sinto ou não sinto Minhas mãos seguem frias Nenhuma outra nem as tocou Meu caminho é sempre solitário Ninguém caminha ao meu lado Entre noites em claro Vou seguindo meu destino Me despi de velhos sonhos Desfiz os planos E apenas vou caminhando Por lugares que pela janela Minhas lágrimas derramo Ainda presa em um passado Que jamais estará ao meu lado Quisera eu que essas lágrimas Fossem como as águas De um bravio rio Que pela cheia provocado Se derrama por todo lado Em fúria arrancando O que teu caminho prende E assim fazendo Suas águas vão carregando E outra história fazendo Se minhas lágrimas assim também fizessem Arrancassem tudo que sinto Nova vida me trouxesse Ah! Creia-me, não minto Choraria sorrindo
Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 30/09/2023
Alterado em 30/09/2023 Copyright © 2023. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
|