Com a imensa capacidade que tem o pensamento
Através dele lanço-me inteira
Sem redes de proteção
Carregando o coração na mão
Estendo meus braços e reúno,
Toda minha força
Numa ação muito louca
Onde os meus olhos,
Minhas penas,
A forte rochas,
As margens do mar,
As ondas que se quebram
As gaivotas a voar
A música que toca
Na sinfonia de todos os ramos,
Junto com as ondas
E a espuma  branca
Fazem o meu corpo
Desejar o movimento
Estendo os meus braços
Alcançar-te é sonho
Olhando a rocha
Encrustada de conchas
Apanhando das ondas
Em completo abandono
Sinto-me também assim
És a onda que bate em mim
E todas as minhas ânsias,
Todas as minhas dores
Não se secam enfim
No meu lenço cor de carmim
Meus olhos cansados
Minhas pérolas azuis
Já estão fatigadas
Nem mais desejam nada ver
Estendo meus braços e reúno
O meu amor com a luz  que na areia se irradia
És minha respiração pois te amo,
És meu maior temor
Pois somente me afugentas
Causando-me muita dor
Até parece que te alimentas
Do que da dor exala
Enquanto sigo  dizendo
És minha exaltação
Tens todo meu coração
E desejo tanto que saibas
O que te digo
É tão imenso e sincero
Como o mar que tanto quero
O meu corpo mergulhar
Toda dor nele afogar
Isso eu muito quero
És até hoje a minha alegria
Meu motivo para querer
Continuar a lutar
Estendo meus braços e reúno
Os dias do ano, não apenas um
Mas todos os dias do ano
Esses são meus sonhos
Tecido em meio ao cruel  abandono
És minha aurora boreal
És pra mim muito especial
És a luz que me inunda
És a doce  fragrância primaveril
És meu sonho de criança
És meu lindo raio de sol
Onde se faz  uma festança
És a fartura do sol
Serás minha eterna busca
Como pescador com teu anzol
Se não pega o peixe
Fica mais ainda na espera
Assim faço eu
Mostre-me o caminho
Pelo mar
Pelo ar
Pela terra
Quero agora e pra sempre
Teu amor e nenhuma guerra