Perdi-me a olhar o verdejante campo
Em um repente percebi meus pensamentos
Recordando sonhos
Em um silencioso lamento
Enquanto também nesse olhar
Vi a lágrima o tomar
Como rio que de repente
É invadido pelas águas da enchente
E que por cheio se tornar
Transborda
Joga para fora as águas que o fazem transbordar
E por uns instantes
Nada muito demorado
Vi-me vivendo o sonho
Os antigos planos
Mas assim que o olhar se inundou
Os pensamentos
Foram tomados pelos sentimentos
Numa grande mistura
Quase me levando a loucura
Não sei dizer por quanto tempo
Estive a olhar
Para aquele campo
Nem sei explicar
Por que tanta dor
Continua a me tomar
É muita tortura
É uma vida cheia de amargura
É nunca feliz estar
Em meio as lembranças
Achei o teu olhar
Tua forma de brincar
Até o jeito que senta
Sempre a apoiar
As pernas em um cadeira
Para descansar
A tão reclamada dor nas pernas
Enquanto na boca a pipoca
É o que diz tanto gostar
E do mesmo jeito
Que chegaram essas lembranças
Também me vieram
A memória do agora
Onde não mais está
E por esse momento
Deixo tudo quieto
Não te quero incomodar
Apesar que também sei
Que nem o posso pensar
Queria muito esquecer
Pois assim tudo ia se resolver
Nesse meu coração, enfim
Estive hoje sonhando
Mas eu sabia
Não eram sonhos reais
E a cada dia
Sonho cada vez mais