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Laço de fita
Tem sido inóspito habitar dentro de mim
Minha morada anuncia o meu fim Estou sem encontrar onde repousar Por ser constante e por seguir a amar Minha alma que é inquieta por tantas dores Só recebeu nessa vida infinitas razões para dessabores Por tantas vezes ter a morte ainda estando viva No peito o coração aperta, vem uma fadiga E numa ambiguidade de tamanha crueldade Sigo em meio a tanta saudade Sigo com quem nessa vida Teve a alma muitas vezes ferida E somente a solidão foi sua companhia Em cada noite, em cada dia Que seguiu crendo em sonhos Mas os reias foram medonhos Ofereci um sentimento que fôra dentro de mim concedido Mas esse mesmo sentimento nunca foi por mim recebido Debato-me em triste agonia Agonia que vai compondo minha triste melodia Por ter descrido dos sonhos Me larguei no teu abandono E para não mais ser para você razão de te fazer irar Vim dentro de mim habitar Mas é muito difícil, quase não consigo respirar É sufocante tudo ter que em mim guardar Quando o que eu queria era poder gritar Dizer que não houve um segundo que deixei de te amar Contudo, eu aprendi nesse tempo que vivi Não se pode o amor obrigar nem dar a quem só deseja ir E, ao contrário do que me dizia Quando falou que nunca desistiria Nos primeiros ventos as palavras voaram Pelo ar foram se desfazendo até que evaporaram Restaram apenas lembranças Mas morreram as esperanças E desde aquele dia Eu sigo cheia mas completamente vazia Tudo que eu queria Quebrou nas tuas palavras frias Que foram sendo repetidas Abrindo mais feridas Até que eu deixei de esperar pelas palavras ditas E me prendi dentro de mim com um laço de fita Não por ser uma coisa bonita Mas para ter algum enfeite na minha vida
Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 02/11/2023
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