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Leito frio
Em leito frio onde a tristeza vive
Ela traz a palidez E o esboço de um sorriso umedecido Pelas ácidas lágrimas que de teus olhos esvaem Ninguém com ela convive Teu mundo é cheio de estupidez Enquanto o corpo vive, a alma é falecida Só os sentimentos do corpo não saem As feridas são tão profundas Que o peito traz aberto As palavras se calaram Sofre mas não lastima Segue como uma moribunda No leito deixa o corpo já quase morto, ao certo Não esquece o que lhe falaram E nada muda a sua sina Não tem um caminho certo Teu corpo é coberto Por feridas e cicatrizes Os seus dias são infelizes Sobre o corpo despedaçado Traz fúnebre traje Ordenado pela tristeza O que por ironia, confere imensa beleza Por um longo tempo alimentou O desejo de ter onde chegar Mas nunca encontrou E a tristeza ocupou todo lugar O coração só queria Ao menos por um dia Encontrar o amor Para depois continuar Assim toda essa dor Teria o bálsamo que a iria aliviar Mas nunca encontrou o caminho Sempre esteve sozinha Nunca a sorte a quis beijar Talvez porque soubesse Que se assim o fizesse Nunca mais a iria deixar Pobre triste menina Em leito sempre sozinha Nos caminhos mais sozinha Na pedra outra vez sozinha Na escuridão só lágrimas Mas ainda sozinha Pobre menina que nem terra recebera Não haviam mãos que pudesse jogar Não houve adeus Mas silêncio a gritar Essa menina em leito de tristeza Nem possui vela acessa Nenhuma alma por ela a rezar É ela uma alma cansada Um espectro sem reflexo Sem sombra e sem luz Não reflete, não compele É um espectro que não existe para ninguém Espectro de sentimentos que a ninguém seduz E assim segue a menina Encolhida na pedra fria Teu lar nessa triste vida
Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 21/11/2023
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