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Tempestade
Há escuridão lá fora
Dentro de mim Ela me devora Lá fora cai uma tempestade Dentro de mim A tristeza me invade Não há rota de fuga A morte um preço custa Hei de viver meu luto Em silêncio absoluto Passarei por todas as fases Até que reste só saudade Derramarei rios de lágrimas Reviverei todos os sonhos Até que me entregue ao abandono Esvaziarei a minha alma Farei de novo minha mala Sairei sem rumo Viajante nesse mundo Sem ponto de chegada Sem definitiva morada Serei como um passarinho Sem sonhos e sem ninho Seguirei a cada dia Rompendo a melancolia Mas não hoje, não agora Agora sou tempestade Sou a escuridão que invade Sou as águas bravias do rio Inundado pela tempestade Sou o que fica após a enchente Sou a bagunça, o caos, essa é a verdade Sou o grito guardado Sou o silêncio berrado Sou os sentimentos mais profundos Sou a que julgas a pior do mundo Mas o fazes sem nada de mim saber Fazes porque faz bem à você Intrépidas emoções que me impulsionam Sem qualquer cuidado e alimentam Sentimentos que já foram abandonados É uma total absonância Amor e abandono Vivo a abstinência em real constância Vivo? Talvez esteja eu morta sem saber Arrastando correntes enquanto acho que estou a viver Quem sabe seja eu apenas um fantasma Que não se deu conta que só é uma alma E meu corpo jaz em uma cova qualquer Nada agora posso afirmar Porque não me sinto viva Mas sei que não estou morta E a quem isso importa? Estou em luto Luto por meu corpo morto Luto por tantos desgostos Luto por um amor enterrado Que só em mim mora E há tanto tempo velado Há uma tempestade Em mim e lá fora As águas da chuva… invadem
Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 26/11/2023
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