Gabriela S. Verdan

O amor me move. O amor me faz. Sou parte do amor e nem conheço o amor.

Textos

Hora solitária
As horas passam
Em um compasso
Que nunca se altera
Assim como quem ama
Não desiste da espera
Cada esvair de segundos
São os tempos que nesse mundo
A solidão esteve aqui
Fria em sua calidez
Faz de minha estupidez
Razão apropriada
Para manter-se em mim penetrada
Covardia de uma vida
Camuflada na palidez
De um rosto fúnebre
Esperando outra vez
Por uma oportunidade
De libertar-se dessa  insensatez
E nessa fragilidade
Que ao corpo combali
A mente rompe o tempo
Foge para outro momento
Originário da ilusão
Onde forte bate o coração
Trôpega se joga e senta
Sobre a relva refrescante
Olha o céu e vagueia
Entre cores e sombras
E por um segundo
Consegue até sorrir
Até que o silêncio
E o frio do momento
Traz a razão
A mente que estava longe dali
Indelicadeza que com certeza
Não comove outro alguém
Fere tão somente
Aquela cujo coração
Não importa para ninguém
Volta então a realidade
Outras horas que logo vem
E no tic tac
O tempo passa
Mas não passa
A vida embaça
O sorriso não convém
No peito pequenino
O coração, pobrezinho
Nem mais lembra um passarinho
Pois asas já não tem
São horas indelicadas
Que passam por essa estrada
Estrada sem ninguém
São horas e mais horas
Presas no abandono
Presa sem ninguém

Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 07/12/2023
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