![]()
Ventos da agonia
De dentro vem um gélido vento
Que a tudo toma Enquanto uma névoa densa Envolve até as sombras Fazendo confundir O real e o com que estou a me iludir Há uma ardilosa dança Sem dançarinos São apenas sutis figuras Das sombras oriundas Das imagens de uma mente Já há tanto doente Que busca por uma cura Figura sem semblante Como um cão cambaleante Cujo desespero o põe desatento Aos perigos de outro pesadelo É frio dentro O frio que toma lá fora A face rubra Pela feroz febre Longe do que julgas Nem mesmo faz uma prece A boca sela Guarda o que possa sair dela O corpo paralisa Sem sonhos de menina Experimentou da vida as mentiras Mais dores colheu Naquilo que escolheu O corpo trêmulo A mente recorda Do que outrora A alma acreditou Foi pura covardia E escureceu os dias O tempo modificou Vieram as tempestades Os ventos sem piedade E tudo carregou Destelhou a casa Onde morava o amor E o agarrou a dor Os ventos uivavam Anunciando o que acabou Sem qualquer cuidado Assim tudo tirou Deixando um rastro Onde a destruição se enraizou Nesse momento o corpo deixou De acompanhar a mente Que por tanto tempo sonhou Estar em um pesadelo Onde a bonança viria Após a negra noite que ardia Cruel expectativa Dilacerou a vida Dessa que só amou A deixando a deriva Em um barco sem remos Em pleno oceano Agitado pela tempestade Enquanto a face queima Exposta aos ventos Aos lamentos A tempestade A febre que nela arde Mas a boca sela Guarda as palavras nela A febre não cessa Arde Faz a mente delirante Reviver o sonho Que insiste em viver Através da febre Que a esse corpo convalesce
Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 12/12/2023
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
|