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Névoas
Consternada sigo um caminho
O olhar perdido Os dedos feridos A pele arranhada nos espinhos O coração descompassado Batidas quase ressentidas De uma vida quase sem vida Cheia de solidão Batida por batida Desintegra o coração Respiração profunda Um fôlego de insatisfação Dor profunda Mais desilusão Chão de pedra Cortes em profusão Alma moribunda Espectro peregrino Entre lápides flutuante Deslocado ser errante Entre a morte e a vida Fio delicado Ninguém ao meu lado Nem há despedida Sete palmas sem presença Minha estéril consciência Não há amor nessa vida Secundário mortuário Nada jaz em fria lápide Senão a dor voraz Passos solitários Do espectro abandonado A terra que o cobre É golpe de sorte Por ser essa o manto Que cobre esse corpo em prantos As mãos frias e vazias Não recebem final afago Jaz no leito solitário Sem esperar a flor fulgaz Nem na primavera Tal sepulcro ornará Singela cor De uma pequena flor Tão sem vida Como a vida Que esse corpo que jaz É o sepulcro que o guardará Se tivesse uma só alma Que mostrasse se importar Lançaria meu pedido De a esse corpo não sepultar Lançando-o ao vento Sobre as águas do imenso mar Para assim nessa vida A existência encerrar Considerando a vida Como a forma de acabar: Solidão sempre vivida Na ida, solidão ao ar E em suas asas Não estar em nenhum lugar E nos olhos que se fecham Quero enfim poder voar Sem mais névoas Nem sonhos a me enganar
Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 13/12/2023
Alterado em 13/12/2023 Copyright © 2023. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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