Perdoe-me pelo erro
Mas nunca disse antes
Haver em mim a perfeição
Disse-lhe o contrário
Que era humano meu coração
Perdoe-me se não entendeste
Se coloquei mal as palavras
Mas não sei como poderia
Lhe  ser ainda mais clara
Perdoe-me se todo amor
Que todos os dias a ti dediquei
Não foi suficiente
Por mais que a ti o dei
Hoje busco arrancar esse fardo
Que partiu meu coração
E se agora te falo
Não é por ilusão
Caminho entre as lágrimas
Em total solidão
Guardo em silêncio
Cada um dos espinhos
Na palma de minha mão
Essas salgadas lágrimas
Que por ti molham a face
São águas derramadas
Consciente de ser em vão
É travesso esse coração
E nada o doma
Altivo se põe do avesso
Em total sobeja
E eu me esvazio nos versos
Enquanto escondo
E nada confesso
Para que ninguém veja
Toda água desse meu mar
Mas sei que não lerás
E se os lesse
Nem encanto verias
Nessa minha poesia
Que em pobres rimas
Expressam o meu pesar
E no perdão que peço
Também a ti confesso
Estar o amor no mesmo lugar
Não, não espere harmônicos versos
Nem notas perfeitas para uma lira
O amor que te confesso
É só à mim suave melodia
Noutras é mar bravio
Assobios rochosos
Na música composta
Entre águas e vento que sopra
Perdoe-me pelo que sinto
E pra te fazer feliz…
Eu minto
E afogo-me em turvas águas
Que lançam-me nas rochas silenciosas
Calando-me na rigidez e nas águas
Da forma mais dolorosa