Caminhos
Sons que pelo vento se propagam
Anunciam o despertar É chegado o momento de levantar Sons emitidos e de longe ouvidos Dos Pequenos grilos Alguns sapos Entre as folhas, as cigarras E o bater de asas dos passarinhos Outra noite que termina Enquanto acordada, acompanha a menina Na escuridão se fez parar Tentando descansar A mente aquietar Mas os pensamentos, como os grilos Que no amanhecer estridulam Não a deixam ter em sigilo Os sentimentos que a machucam Pois se derramam em tua face Não lhe permitem qualquer disfarce E até que a noite passe Fica ela secando a fria face Algumas vezes, o cansaço Por um pequeno tempo A rouba do sofrimento E a leva em teus braços Tentando acalmar-lhe os soluços Sopra em seus ouvidos Palavras de incentivo E ela dorme Mas não sonha O frio a toma Não está coberta Logo desperta Se encolhe A solidão a observa Sua pele se arrepia Sente o frio de mais um dia Enquanto os sons invadem Cada inteiro ou metade E, vagando por mais uma cidade Ela não se encontra Não há ali, na verdade O que a levaria da saudade São apenas mais caminhos Pela solidão feito de ninhos … Agora cantam os passarinhos Os grilos ainda estridulam Alguns passos pela rua Carros freiam e buzinam Ela agora nua No chuveiro, lágrimas se banham Enquanto um corpo se desmancha
Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 08/06/2024
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